Enquanto não nos aceitarmos por completo, haverá sempre uma parte de nós que se sentirá rejeitada. É fácil aceitarmos e validarmos a parte de nós que consideramos luminosa, mas porque temos dificuldade em acolher aquilo que não gostamos tanto em nós? Tentamos ignorar esse nosso lado e enquanto não tomarmos consciência que a nossa sombra é igualmente parte de quem somos, sentimos-nos incompletos sem perceber bem porquê e em constante luta interna.
O ser humano é dual, com a sua luz e a sua sombra
Vivemos num planeta onde as duas polaridades opostas, positiva e negativa, se encontram. Temos o dia e a noite, o masculino e o feminino, o yin e o yang, o claro e o escuro, o “sim” e o “não”. Precisamos destas duas energias opostas para evoluir enquanto ser humanos e cada uma delas vai proporcionar-nos as suas próprias aprendizagens. Na astrologia se quisermos trabalhar a energia de um determinado signo em nós, será através da integração dos ensinamentos que o seu signo oposto complementar nos dá. Os signos opostos complementares são bastante diferentes um do outro, mas têm muito a aprender e a evoluir um com o outro precisamente por esta oposição e diferença entre eles.
Se tudo no planeta Terra é dual, também assim é o ser humano. Somos luz e sombra. É precisamente esta dualidade que nos torna humanos.
E assim como os signos opostos complementares aprendem um com o outro, também nós precisamos de aceitar e integrar tanto a luz como a sombra em nós.
Através da sombra chegamos à luz
Claro que nem sempre é fácil lidar com aquilo que de alguma forma é desafiante para nós. Ou encarar algumas memórias que nos podem provocar emoções que consideramos mais difíceis de gerir. Mas a verdade é que quanto mais reprimirmos essas emoções e sentimentos, mais eles controlam o nosso subconsciente e consequentemente o nosso dia-a-dia.
Começa por olhar para esta parte de ti e acolhe-a com compaixão. Ao lhe dares amor, estás a aceitar-te e a amar-te ainda mais. Depois reflete que aprendizagens e ensinamentos a tua sombra tem para ti e agradece-lhe por isso. Através dessas tomadas de consciência conheces-te melhor e percebes que és um ser humano a fazer o seu caminho de crescimento e evolução. Aceitar e compreender a nossa sombra ajuda-nos a conhecer em maior profundidade a nossa luz.
As emoções primárias, como a alegria, a tristeza, o medo, a raiva e o nojo, são inatas ao ser humano e necessárias à nossa sobrevivência e à nossa vivência com o outro. Não as classifiques como boas ou más, todas elas nos surgem com um propósito. Assim que sentires cada uma delas a tomar proporções que te façam sentir desconfortáveis, observa como o teu corpo reage e que sentimentos aparecem em ti. Mas não ignores tudo isso que estás a sentir, dá atenção a essa emoção e fala com ela, pergunta-lhe o que ela precisa, qual o motivo de ter surgido e que aprendizagem tem para ti. Ela faz parte de ti, acolhe-a com carinho. Se tentares rejeitar ou ignorar o que estás a sentir ou mesmo se tentares lutar contra isso, mais essa emoção ganha força.
É a tua sombra que te torna único e especial, assim como a tua luz.